Sem Palavras

Sem Palavras
Em Sem palavras, a Penélope Cia de Teatro recria contos de Mia Couto, estabelecendo um diálogo entre o teatro, a dança, o vídeo e a literatura, em composição com a arquitetura do espaço em que será apresentado.

A partir dos contos “A menina sem palavra” e “A luavezinha”, a Cia propõe uma obra teatral para todas as idades, que contempla a relação entre o contemporâneo e a ancestralidade, o cotidiano e a memória.

O espetáculo em processo se apresenta com uma linguagem híbrida, imagética, que transita entre o narrativo e o corporal. A cena tem o corpo do ator como tônica do trabalho e alimento para a criação de imagens da narrativa em fragmentos.

A peça 

Um contador de estórias se apresenta e nos conta de sua filha, que sempre custa a adormecer, obrigando-o a contar mais e mais estórias. Para fazê-la dormir, inventa-lhe a estória de uma menina que não ‘palavreia’, fala sem palavras, através de sons e sílabas desconexas, para desespero do seu pai e de sua família. Nesta estória dentro da estória, a menina um dia bebe a lágrima do pai e diz a palavra “mar”. Contrariando a opinião da família, o pai, vivido pelo próprio contador, leva-nos junto com a sua filha até o mar, conduzindo-nos em uma trajetória que perpassa por diversas imagens e aparições arquetípicas, além de outras estórias de diferentes meninas e contadores.

Aos poucos, o contador e seu pai-personagem vão se confundindo, misturando as fronteiras entre o narrado e o vivido, entre as palavras e seus sentidos. Chegando ao mar, a menina fica imediatamente imóvel, pasma diante da imensidão do oceano; o pai, vendo a maré avançar e temendo o perigo, tenta arrastar a filha para longe, mas a menina se enraíza no chão. Apavorado, o pai tenta como último recurso improvisar-lhe outra história, de um pai que vai buscar a lua a pedido de sua filha, provocando um cataclismo que abre uma fenda no mar. Esta derradeira estória se converte em realidade: o mar se abre, e a menina, para extremo desespero do pai, adentra no oceano. O pai fica sem palavras, tomado por profundo medo. A menina, com as próprias mãos, fecha a ferida do mar e conduz o seu pai de volta à casa, onde ela mesma termina a estória que ele contava.

Através da estória de um contador de estórias e sua filha que não ‘palavreia’, o público transita por uma “casa-mundo”, adentrando diversas estórias dentro da primeira e experimentando visões arquetípicas – a Mulher, a Velha, a Lua, a Ave – que tratam de liberdade, amadurecimento, palavras e seus sentidos.









Ficha Técnica

Direção: Erika Coracini
Dramaturgia: Alexandre Krug
Preparação Corporal: Jaly
Atores-criadores: Renata Asato, Carolina Moreira, Ivan Zancan, Rafael Caldas, Lara Thomaz e Tamayo Nazarian
Direção de Arte: Ana Luiza Cencini
Figurino: Ivan Zancan
Trilha Sonora: Felipe França
Iluminação: Daniel Gonzalez
Captação de Vídeo: Marcelo Trad
Edição de Vídeo: Marcelo Barillari
Arte Gráfica: João Batista Corrêa
Assessoria de Imprensa: Fabio Camara
Assistente geral: João Cândido
Equipe Técnica: João Pedro Uvo, Laura Martinez Sciulli, Lettícia Moraes e Mantu Novais.
Produção: Penélope Cia de Teatro
Contato: penelopesempalavras@gmail.com


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